Os nãos que eu não disse nos últimos anos da minha vida, calaram vontades e esmagaram a minha verdade muitas vezes. Eu nem percebia. Fui crescendo sem saber disso, achando que cuidar do outro era apenas o que importava. Nesse processo, muitas vezes deixei de me enxergar.
Hoje eu carrego nas mãos e no peito um espelho, que me cabe inteira. As coisas nas quais me comprometo e permito em minha vida, tem pesos que eu sou capaz de aguentar e que me deixam livre para me movimentar, seguir em frente.
Qual é a distância que existe hoje entre você e você mesmo?
“Experimente ter o carro enguiçado no meio de uma estrada e pedir ajuda. Dificilmente alguém parará. No entanto, comece a empurrar o carro por essa mesma estrada e veja como muitos param para ajudar.”
Entender isso causa transformação na vida.
A maioria das pessoas está disposta a te ajudar, desde que você esteja dando tudo de si, por si próprio. Isso vale para o amor, para a vida e para as relações. Essa pequena história exemplifica de maneira muito simples a importância da autoempatia, do auto acolhimento e da autocompaixão .
Vamos imaginar que esse carro enguiçado somos nós mesmos. O carro representa as nossas dores, a nossa história, os nossos traumas, as nossas alegrias, enfim tudo que a gente carrega dentro, tudo que a gente é.
O pedido de ajuda é a necessidade que temos do outro, de amor, de ser amado, de ser compreendido, de pertencer, de ajuda, de acolhimento, de compreensão… muitas vezes a gente quer desesperadamente essas coisas e nos colocamos na beira da estrada pedindo para alguém parar. E talvez alguém até pare… mas a ajuda não vem como a gente esperava.
Por outro lado, quando se entrega tudo de si e quando fazemos por nós mesmos tudo o que esperamos do outro, escolhendo nos acolher, compreender, pertencer e amar, as coisas se transformam. Quando olhamos para esse carro, enguiçado, cheio de marcas e escolhemos amá-lo, escolhemos ter empatia com seu processo, com tudo que o levou até aquele determinado momento, a mágica acontece. A mágica acontece, e decidimos empurrá-lo na direção que queremos seguir, aceitando, acolhendo e compreendendo todos os motivos que o fizeram enguiçar. Sem culpa, sem medo, sem julgamento, sem “e se…”.
Enguiçou! carros enguiçam, pessoas têm dores e problemas e existe solução pra elas, para todas elas, mas precisamos parar de culpar o carro por ter enguiçado e empurrá-lo na direção da cura, e se fizermos isso, com certeza estaremos acompanhados na jornada.
Tem uma pergunta, que você já deve ter ouvido, mas que nós do AHA! gostamos muito. Se eu te pedisse para escrever uma lista das pessoas que você mais ama no mundo, quanto tempo levaria para você escrever o próprio nome?
Enquanto não conseguirmos colocar verdadeiramente, ou seja, com o nosso coração e não com a nossa mente, o nosso nome no topo dessa lista, não vamos conseguir consertar o carro.